Maria de Lourdes
setembro 12, 2023
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terça-feira, 12 de setembro de 2023
segunda-feira, 23 de setembro de 2019
Como oferecer água para o bebê
Maria de Lourdes
setembro 23, 2019
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Ao iniciar a alimentação complementar, deve-se também iniciar a oferta de água para o bebê. A recomendação para crianças de 7 a 12 meses é de 800 ml/dia, levando em conta a quantidade de água presente no leite materno/fórmula.
Dessa forma, recomenda-se oferecer pelo menos 100 ml ao dia.
Horários recomendados:
Deve-se oferecer a água nos intervalos das refeições, cerca de 4 vezes ao dia.
Bons horários são:
assim que a criança acorda e no horário do banho.
Copos recomendados:
Copinhos de transição ou copo aberto: o copo de transição, como o nome já diz, é de transição, ou seja, por volta de 1 ano pode ser trocado por copinho aberto ou copinho com canudo
O copinho inox é uma ótima opção, pois é mais fácil de higienizar.
Não utilizar mamadeiras ou chuquinhas, pois o uso desses utensílios pode prejudicar a amamentação.
Entretanto, se o seu filho já faz uso, comece a transição para o copinho quando ele completar um ano.
Se seu filho “não gosta” de água, faça água aromatizada com folhinhas de hortelã e/ou rodelas de laranja.
Não substitua a água por sucos ou água de coco, pois, por terem sabor adocicado, dificulta ainda mais a aceitação de água.
Sucos:
a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria limita a oferta de sucos em, no máximo, 100 ml por dia para crianças menores de 2 anos. Um bom horário para oferecer o suco é cerca de 30 minutos após o almoço ou jantar, para melhorar a absorção do ferro. Se a criança tiver refluxo, evite a oferta de suco nesses horários.
Água de coco:
por ser rica em eletrólitos deve ser oferecida com moderação (máximo 100 ml) pois, o excesso pode sobrecarregar o rim do bebê.
Fonte: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
SECRETARIA DE SERVIÇOS INTEGRADOS DE SAÚDE
O Banho do Bebê
Maria de Lourdes
setembro 23, 2019
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Material para Banho:
• Toalha de banho
• Toalha Fralda
• Roupinhas que o bebê irá usar
• Fraldas descartáveis
• Pente ou escova para cabelo
• Materiais de higiene do bebê
• Sabonete
• Creme para assaduras
• Algodão
• Óleo mineral
• Produtos indicado pelo pediatra para a limpeza do coto umbilical.
Antes de despir o bebê prepare o ambiente e o material para o banho. Da mesma forma, evite o usa de anéis, pulseiras e relógios porque podem arranhar o bebê.
Ambiente – Fechar janelas e portas evitando correntes de ar.
Inicie o banho colocando o bebê lentamente em contato com a água. O banho deve ser feito de maneira rápida e objetiva para que o bebê não sinta frio.
Leve o bebê à banheira segurando-o pelo braço na altura da axila e mantendo sua cabeça apoiada em seu pulso. Sua mão livre deve ser colocada nas nádegas para erguê-lo e levá-lo até a banheira.
Seqüência ideal para a higiene:
• Rosto
• Cabeça
• Tronco e braços
• Pernas e genitália
Importante: Crianças que choram muito durante o banho podem ser colocadas de bruços para que sejam molhadas lentamente enquanto vêm a água. Se optar pela posição de bruços, siga a mesma seqüência para a higiene.
Após o banho, retire o bebê rapidamente da banheira ( bebês perdem calor muito rápido, enrole-o na toalha fralda seca e enxugue-o lembrando de secar bem as dobrinhas, dedos e orelhas. Caso surjam crostas, fazer a limpeza com óleo mineral.
Galinha Chicota
Maria de Lourdes
setembro 23, 2019
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De tanto azucrinar o ouvido da Chica ganhei um apelido de Chiquinha.
Achei horrível!
Odiei!
Mas quem gostava mesmo de me chamar de Chiquinha eram as freguesas da Chica, porque não gostavam muito da minha presença cujo oficio era dar palpites e xeretar os cochichos.
Ninguém se atrevia a falar mal da vida alheia na minha presença, para não correr o risco do segredo ser descoberto.
Sem dúvida nenhuma eu era o anjo da guarda da Chica e vice-versa. Se alguém olhasse sequer com o olho atravessado pra mim, já sabe, a Chica demorava em fazer o vestido. Que coisa hem?
Pois foi neste chaleramento todo que um certo dia ganhei uma bela de uma galinha da comadre da Chica.
Adorei porque eu achava galinha a coisa mais linda do mundo, sem falar que ainda acho.
E se possível fosse criaria uma bem aqui no meu apartamento.
Mas, voltemos a galinha que ganhei de presente e cujo nome coloquei de chicota.
A chicota era amarelinha com pintinhas de toda cor e uma crista rosadinha que eu chamava de cabelo. Era um hem hem hem com essa galinha que só mesmo vendo para crer.
A chicota me adotou ou como mãe dela ou como irmã porque não saia do meu colo.
E os retalhos que eu ganhava da Chica eram pra fazer toquinha, saia, casaco e até meias para a galinha eu fazia com furos para sair os dedos.
As unha eram pintadas e no cabelo, digo na crista, eu passava óleo de bebê que peguei um pouco emprestado da minha mãe que estava lá de bebê em casa.
E era um xodó com essa galinha, que Deus me livre. A chicota quando me via parecia mesmo um cachorro quando vê o dono, não saia do meu pé. E eu morta de feliz falava:
- Venha pro colo da titia, ela vinha e ficava sentadinha, quietinha que dava gosto se ver eu com aquela galinha no colo.
As vezes pensava em levar pra casa, mas como a minha mãe era chegada a uma galinha ao molho pardo, Deus me livre de uma coisa dessas acontecer com a minha chicota. Acho que eu poderia até adoecer de tanto desgosto!
E assim os meses foram passando quando um certo dia cheguei à casa da Chica e a chicota estava num alvoroço tão grande, correndo pra lá e pra cá e gritando quá quá quá quá e tome mais quá quá quá quá correndo pelo meio do terreiro da casa da Chica que mais parecia uma galinha doida e não a minha chicota!
Mas a Chica me explicou, ela estava cantando de alegria porque botou um ovo!
A chicota estava meio que esquisita, estava muito orgulhosa e metida a besta só porque estava botando ovos.
Em um quarto nos fundos do quintal, a Chica preparou um ninho com palha de milho para a chicota botar os seus ovos e todos os dias religiosamente era aquele qua qua qua e podia conferir que lá estaria mais um ovo.
Passaram-se mais uns dias quando chego à casa da Chica e cadê a chicota?
A Chica me falou: esta de molho.
Quase enfartei. Será que a Chica teria tido a coragem de matar a coitadinha da minha galinha?
E vendo o meu desespero explicou que a chicota estava chocando os ovos e que não queria ver ninguém! E que não adiantava eu chegar nem perto porque ela estava muito ocupada cuidando da sua maternidade.
E era verdade, a chicota estava uma arara, e não deu a mínima pra mim, ficou zangada quando tentei chegar perto.
Vi pelo seu olho amarelo e arregalado que não estava mesmo querendo saber da titia.
Saí para não assusta-la, mas cá aqui com meu botões já estava preparando os nome para os filhotes da chicota que agora passaria a ser dona chicota.
Dito e feito, mais alguns dias e lá está a dona chicota com 10 pintinhos.
Era ela na frente toda orgulhosa e a filharada atrás. Onde será que eu conseguiria tantos nomes pra tantos filhos?
Sentei num banquinho e fiquei a admirar a minha galinha, tão linda com seus pintinhos e bem perto dali também existia um galo, de certo deveria ser o pai e o mais engraçado é que quando o chicão, digo o galo, olhava pra mim com olhar meio que suspeito não se atrevia a beliscar os pintinhos porque se por um acaso fizesse eu lhe arrancaria as penas uma por uma e olho no olho o tal do chicão pressentia o perigo, que no caso aqui era eu.
E com um caderno na mão procurava os nome dos filhotes de chicota que com aquele piu piu piu não desgrudava da mãe.
Ninguém neste mundo era mais feliz que eu.
Minha galinha chicota era mãe de família era cada vez mais linda e paparicada por todos que ali andavam, a Chica adorava a chicota e por este motivo sabia que jamais a minha chicota viraria ensopado e nem assado. Viveu até o dia que Deus permitiu.
Autor:
Maria de Lourdes Oliveira
Autor:
Maria de Lourdes Oliveira
O Filhotinho de Sapo
Maria de Lourdes
setembro 23, 2019
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E lá pelos meus 6 ou 7 anos, estava a caminho da escola quando me deparei com a seguinte situação:
Um coitadinho de um sapo que deveria estar saindo da sua infância de sapo em busca de alimento quando se viu frente a frente de um batalhão de meninos, cada um com uma pedra na mão.
E o meio filhote encurralado no pé de uma parede, sem ter para onde correr tinha o coração quase saindo pela boca.
Aquela situação me deixou revoltada. Pois aqueles fedelhos, não tinham a menor vergonha de querer trocar os seus juízos com um sapo, ainda mais um recém-saído da sua infância que de certo deveria ter a mãe para protege-lo e estava agora a vagar na busca pela sua sobrevivência.
Minha ideia naquele exato momento era pegar o sapo colocar dentro da bolsa, levar para casa. Mas o medo do sapo me morder era maior que a vontade de salva-lo do apedrejamento.
Então não tive outra escolha senão criar ali mesmo a mais deslavada das mentiras.
“Minha mãe falou que quem mata sapo morre ou atropelado ou enforcado. Está escrito nos livros das bruxas”.
E só vi mesmo gente soltando a pedra no chão e sem exagero vi gente até passando a mão no pescoço para ver se estava tudo bem.
E o bebê sapo, que do mundo dos humanos não entendia patavinas nenhuma simplesmente olhou para mim e disse:
Cuidado viu?
Quem mente morre de fome.
Não acreditei no que ouvi!
E por isso? perna pra que te quero? Fui pra escola e na volta chegando em casa, mal contive o susto.
O sapo estava no jardim da casa da minha mãe embaixo de uma arvore.
Para compensa-lo do susto meus colegas o trouxeram dentro de uma caixa de sapato e o entregaram ao meu irmão, dizendo:
Quem cuida de sapo nunca morre e quando cresce fica rico.
Minha mãe falou que toda pessoa rica cria um sapo em casa.
E assim foi. E o sapo viveu por muitos e muitos anos.
Autor: Maria de Lourdes
Autor: Maria de Lourdes
domingo, 28 de abril de 2019
A Língua do Nhem - Cecilia Meireles
Maria de Lourdes
abril 28, 2019
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Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.
E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…
O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também
a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…
Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,
e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…
De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,
ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…
A criança e o Segredo
Maria de Lourdes
abril 28, 2019
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Num bonde de Botafogo, Rio de Janeiro, conversam uma jovem senhora, mãe de uma menininha que a acompanha, e sua amiga.
As duas vão falando animadamente sobre assuntos diversos, e no meio delas, a criança se sente um tanto desnorteada.
Volta a cabeça de um lado para outro, ao mesmo tempo que sublinha cada frase com uma expressão de inteligência ou incompreensão.
Quando o assunto está em plena efervescência, a criança intervém com um aparte.
E daí em diante a conversa, passando de um lado para o outro, inevitavelmente para, a uma objeção da pequena interlocutora.
A certa altura da conversa, a mãe começa a ficar um tanto inquieta em relação às observações da menina.
Mais adiante, já aponta para a paisagem, a ver se ela se distrai. Mas a menina está muito interessada no assunto, e a amiga da mãe parece estar muito satisfeita com isso.
O bonde anda mais um pouco, enquanto a criança faz seu comentário pertinente.
Então, a mãe sorri para a amiga, como quem diz Você sabe, é preciso calar a boca desta tagarela... E pondo a mão em concha no ouvido da menina, diz qualquer coisa para a amiga, acompanhada de um olhar muito confidencial.
Como é? - A menina não entendeu bem.
E torna a mãe a repetir o segredinho, enquanto a mão enluvada diz que não, com o indicador autoritário e irritado.
Como conclusão do armistício, um beijinho rápido e inesperado nos caracoizinhos dourados enrolados na testa.
A amiga sorri, a mamãe sorri, e a menina olha para uma e para outra, meio desconfiada e desapontada, sem dizer mais nada.
Esta criança pode ter uns cinco anos.
Quando tiver mais dez a mamãe um dia lhe perguntará, entristecida: Mas, minha filha, que segredo é esse que você me esconde?
Já não se lembrará que ela mesma lhe ensinou a calar... Que dividiu a vida em duas partes: uma que se pode, outra que não se pode mostrar.
E a menina, que antigamente assistia aos exemplos de casa, está praticando, agora, aqueles exemplos...
* * *
Quem nos traz tais preocupações com a educação infantil é a ilustre poetisa brasileira, Cecília Meireles, em uma de suas muitas crônicas sobre educação.
A autora é muito feliz em apontar um costume muito comum nas famílias, e que gera consequências desastrosas, em muitas ocasiões.
Por vezes, sem perceber, pais e educadores ensinam os filhos a calar, a esconder sentimentos e a mentir.
Seus exemplos ensinam sempre mais do que qualquer retórica inflamada.
As crianças fitam a conduta dos pais, e se inspiram nela, já que são sempre seu primeiro e maior referencial.
Precisamos redobrar o cuidado, e manter com os filhos, desde tenra idade, uma relação franca, sem segredos e sem mistérios.
Explicar a razão dos não e dos sim, que serão frequentes e naturais, faz-se condição indispensável para construir uma boa relação de respeito e amizade.
O caminho do Porque sim e pronto, ou do Porque não e chega, é mais cômodo para os educadores, porém é perda de oportunidade de educar com profundidade.
Cultivar o diálogo aberto e franco sempre, é cultivar o amor em sua expressão mais bela e luminosa.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
A criança e o segredo, do livro Crônicas de educação,
de Cecília Meireles, ed. Nova Fronteira.
Em 16.1.2018.